quinta-feira, 14 de abril de 2011

Brasil 2014... E depois?

O Brasil foi eleito como país sede da copa de 2014, e para receber a competição “mais importante do mundo”, para muitos torcedores ufanistas. O governo brasileiro gastará mais de dois Bilhões de reais só na construção e reforma dos estádios.

Admitamos que sejam projetos arquitetônicos colossais, bem projetados. E que o incentivo assim como a prática de esportes seja muito importante.

Todavia, em quanto o governo investe valores exorbitantes para proporcionar melhores condições e regalias ao futebol, as escolas Brasil a fora estão, cada vez mais, em condições decadentes: muros pichados, caindo; vidros quebrados; mobiliário quando não faltante em péssimo estado; professores mal remunerados, enfim, condições de ensino cada vez piores.

Mediante o argumento do parágrafo três, certamente há alguém para dizer que as escolas estão assim porque os alunos não cuidam. Contudo, muitos prédios de instituições de ensino encontram-se pelo país em condições preocupantes, necessitando quanto baste de uma reforma, para não falarmos de uma completa reconstrução.
Não obstante, outras áreas de utilidade pública, como os hospitais, também ficam as moscas enquanto constroem-se arenas desportivas homéricas, dispondo de equipamentos de última tecnologia e conforto. Já os hospitais, cada vez mais precários, sobrecarregados e, em alguns casos, desprovidos de equipamentos. Pessoas aos corredores acomodam-se como podem, pois a superlotação é algo comum.

 Em cidades pequenas, onde não há superlotação de leitos e atendimentos, as pessoas reclamam de terem de esperar dez minutos por um atendimento que não seja de urgência ou emergência, enquanto em outros hospitais pessoas chegam há esperar uma hora.
Falamos tanto em melhorarmos o Brasil, mas como se há de melhorar, como se dará essa mudança sem educação?

Hoje em dia, esportes da estirpe do futebol deixaram de serem meras atividades desportivas ou recreativas para tornar-se algo idolatrado, supervalorizado, quase mais importantes que a própria pátria. Hoje o que há é um verdadeiro ufanismo descontrolado pelo esporte.

Se de fato algum governo pensa, sinceramente, em melhorar seu país, deveria investir em educação e cultura. Só assim as pessoas aprenderão e entenderão a ver e rever opiniões por outros ângulos; a valorizar o bom-senso, a moral, a ética, a cidadania, a dialética, dentre outros valores já quase extintos. Sem ufanismos.

Por outro lado, se querem um circo a céu aberto, deixem da forma que está... Os espectadores serão poucos, pois o interesse pelo aprendizado hoje é raro...



Farias, M. S. "Brasil 2014... E depois?". Abril de 2011. www.livredialogo.blogspot.com
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2 comentários:

  1. Sim, é verdade, sem educação não há melhorias.

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  2. A cultura ao futebol é atualmente algo extremamente presente, mas não na forma genuína, ou seja, o jogo em si, a prática do esporte.

    O futebol, como descrito acima, já tornou-se ufanismo desenfreado. E dizer que o Brasil pode melhorar sua estrutura sendo eleito à sede da copa em 2014, é quase que um sacrilégio, uma barbárie, mas acredite a mídia faz muito bem isso, sem hesitar, muito menos titubear. Concordo contigo, quando diz que o futebol é mais valorizado e certamente com muito mais investimentos do que a educação, alimentação, saúde pública, e entre outros aspectos de uso público e até privado por vezes. O futebol não é mais uma mera brincadeira, já tornou-se uma fonte de lucros, uma empresa, uma indústria, praticamente um comércio, sem sombra alguma de dúvidas. Ingênuo, será aquele que discordar disto.

    Contudo, os palhaços somos nós que deixamos tudo isso acontecer, que simplesmente preferimos ir às ruas manifestar pelo uso livre da maconha, batalhar com a polícia, porque esta tende a ficar nos campos universitários para garantir a segurança dos jovens estudantes (pois acredite os alunos de uma faculdade resolveram brigar com PMs, por conta destes estarem nos campos tentando privar o zelo de nossos queridos universitários, que preferem usar drogas a estudar). Ainda assim, o Brasil não é um país de todo o mau, pois os que fazem esta besteira de manchar o sangue brasileiro é o seu próprio povo, sua nação.

    Bambearemos muito as pernas nesta loga jornada, cometeremos muitos ufanismos desnecessários, mas fazer o que, não é. Somos conhecidos pelo país do futebol, das belas curvas femininas, dos pontos turísticos, pela politicagem absurda, pelas fraudes e roubos, pelas obras inacabadas, enfim, somos conhecidos por tudo, menos por um país que teria tudo para ser desenvolvido e bem estruturado.

    Então, já que é assim, "Viva ao futebol brasileiro e sua população tola demais!".

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