sexta-feira, 4 de maio de 2012

Insone reminiscência.


Eventualmente tenho insônia, hoje, por exemplo, é um desses dias, ou melhor, noites. Para gastar esse tempo tenho por hábito organizar meus livros, checar cadernos, ler... enfim, qualquer coisa que entretenha-me ou provoque o tão benquisto sono. Revirando minha estante, eis que encontro um trabalho das séries iniciais do ensino fundamental. Estranhamente isso me fez recordar de como era a escola Inácia quando lá ingressei. Ah! Como era bom na hora do recreio – entre a 1º e 4º séries -, ir à biblioteca jogar – a dona Zaira sempre mantinha tudo bem organizado, os jogos eram exclusivos para esses momentos de ociosidade. A sala da biblioteca tinha um aroma de limpeza mesclado a papel e tinta. As mesas estavam sempre ocupadas. O joguinho mais disputado era sempre o “Trânsito”, lembro-me que uma vez saí um pouco atrasado da sala e, chegando à biblioteca os jogos e mesas estavam todos ocupados; dei sorte que a mesa onde estava a Larissa tinha lugar para mais um jogador de “Trânsito”. Aquelas cartas era um pesadelo, principalmente quando nos faziam volver casas. Nessa ocasião a Larissa foi quem venceu a partida – é uma pena eu não lembrar o nome dos outros dois jogadores! Não tenho mais nenhuma reminiscência desse jogo – ao menos de uma partida completa, uma vez que o recreio sempre acabava antes da partida.

Por esse período talvez estivéssemos à primeira série, nossa professora titular era a Jacila (ótima mestra e alfabetizadora), porém tivemos duas estagiárias: a Renata e a Amanda. A Renata não possuía, à vista ao menos, vocação. Espero que não tenha seguido no Magistério, se não, míseros desafortunados que lhe foram alunos! Já a Amanda foi uma agradável professora estagiária; era divertida, porém séria e comprometida, se ela seguiu no Magistério, deve continuar sendo uma boa professora. Na segunda série nossa titular era a professora Jaqueline, sua principal característica era a calma. Com relação à estagiária só me recordo que se chamava Daniela, tinha um belo sorriso, uma ótima caligrafia – gostava especialmente de como ela desenhava a letra “D” -, lia muito bem, com excelente entonação da voz, pronúncia e respeito à pontuação. Nessa fase não tínhamos acesso à biblioteca por falta de funcionários, então improvisamos uma na sala. Isso mesmo, na sala! Cada um de nós levava alguns livros e trocávamos uns com os outros; chegamos até mesmo a escrever nossos próprios livros, com nossos personagens singulares. Na terceira série a professora titular era a professora Simone, filha da bibliotecária, a dona Zaira. A estagiária era a professora Cíntia, tinha um belo sorriso, era calma, tinha jeito para ser professora. Lembro-me que uma vez ela levou-nos à Associação Educacional (ou de Educação) para vermos a casca de algumas frutas ao microscópio. No trajeto paramos em uma frutaria, um colega nosso acabou derrubando uma caixa de cocos, os quais acabaram quebrando – prejuízo para a professora... No último dia de aulas com a professora Cíntia nossa turma, por ela coordenada, fez uma salada de frutas e uma nega-maluca. Na terceira série eu sentava-me numa classe ao fundo, o último da fila, e como não conseguia avistar a lousa, a professora Simone permitia-me copiar de seu diário, resultado: antes do recreio eu já havia copiado todo o conteúdo do dia e respondido os exercícios. Na hora do recreio podíamos ficar na sala, foi quando passamos a jogar damas. A Wyctória nunca ganhava partida, mas era bom jogar com ela. Já a Mayara era uma competidora à altura, era difícil ganhar-lhe nas damas. Ah, terceira série... Na quarta série voltamos a sermos alunos da professora Jacila, novamente tivemos duas estagiárias: a Elidiane e a Zaira. A Elidiane talvez fosse boa professora – uma vez me ditou as respostas de uma prova de História -, porém nunca simpatizei muito com ela. Já a Zaira era boa professora, era simpática, organizada, comprometida, tanto que mereceu uma despedida bem elaborada. Na sala da nossa quarta série havia uma mesa com um compartimento, uma portinha, nós fazíamos competição de quem ficava mais tempo lá dentro. Certa feita, quando chegou minha vez, a professora entrou na sala e ninguém me avisou, quando fui sair ela calçou a porta com o joelho e lá ficou o Mateus de castigo por uns segundos (risos). Nessa série houve outras situações semelhantes e igualmente engraçadas.

Ah...! Como é bom recordar! Ainda mais os primórdios da vida acadêmica. De todas as experiências que passei na escola Inácia - e que serviram de lição para muita coisa -, são essas lembranças um pouco baças dos meus primeiros anos que guardo com um zelo mais. As amizades construídas, as travessuras que aprontamos, as brincadeiras... Um tempo em que se era apenas aluno, ignorando todo o mais. Da quinta série em diante há lembranças boas, sim, há, porém já não com o mesmo matiz de suas predecedentes.

Hoje, para ocupar o tempo insone grafei estas melancólicas linhas a narrar algo agradável de recordar, fazendo serenar a saudade...


Farias, M. S. Insone reminiscência". Maio de 2012. http://livredialogo.blogspot.com/
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported. Deve ser citada conforme especificado acima. 



Licença Creative Commons
Esta obra de Farias, M. S. , foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Baseado no trabalho em livredialogo.blogspot.com.br.
Permissões além do escopo dessa licença podem estar disponível em discente.farias@gmail.com.

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar, pois sua opinião é muito importante!
Volte sempre!

 
Licença Creative Commons
Diálogo Livre de Farias, M. S. et alia é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Baseado no trabalho em livredialogo.blogspot.com.br.
Permissões além do escopo dessa licença podem estar disponível em discente.farias@gmail.com.

Blog Archive