terça-feira, 29 de maio de 2012

Os 'bituqueiros'.

O toco de cigarro foi jogado ao chão da rua pública. A pessoa que o jogou tem, reconhecidamente, curso superior. É verdade que não foi em faculdade de Bons Modos, ou Biologia ou Ecologia, mas, convenhamos: é inadmissível tal gesto irresponsável de qualquer ser humano, ainda mais em se tratando de quem teve acesso à instrução universitária, ou seja, após ter percorrido vários anos de estudos sistemáticos em escolas públicas ou privadas. Enfim, respeitar o direito dos outros é básico.

O problema é que o repugnante ato de jogar o toco de cigarro em via pública é  comum no meu cotidiano o que me torna muito descrente no ser humano em pleno Século Vinte e Um, com tantas mensagens de preservação ambiental nos  meios televisivos, rádio etc. Será que as mentes desses “bituqueiros” é refratária a lições de etiquetas com o que seja lixo e lixeira?

O termo que recém criei – “bituqueiro” – deriva de “bituca”, toco de cigarro. Milton Nascimento, notável cantor e compositor brasileiro, tem o apelido de Bituca. Quero duvidar que ele  - se fumante – jogue suas “bitucas” nas ruas públicas de sua Minas Gerais ou nos tantos locais por onde chega a fim de encantar o público, com sua voz afinada e deliciosamente afeita a falsetes. Aliás, se eu souber que Bituca também joga “bituca” no chão, ficarei menos seu fã.

Os “bituqueiros” são muitos. Já os flagrei em várias circunstâncias. Provêm de variados estratos sociais, desde os mais humildes até os graduados em universidades. Pergunto, a propósito, que universos conseguem alargar à sua volta diante da bituca que abandonaram ao léu: esperam, com certeza, que alguém a recolherá? Não concebem que poderá desprender-se da ponta não apagada do cigarro uma fagulha capaz de dar gênese a um incêndio, se ficar em contato com um pasto seco etc?  Não se perguntam sobre o itinerário da “bituca”, qual seu trajeto a partir do local em que foi abandonada?...

Será que os “bituqueiros” respeitam o ambiente dos não fumantes, será que separam o lixo que produzem em sacolas separadas (orgânico e inorgânico), será que percebem os incêndios gerados às margens das rodovias (possivelmente oriundos, em muitos casos, de “bitucas” acesas jogadas pelas janelas dos veículos automotores), será que abusam de sacolas plásticas nas despedidas consumistas dos supermercados, será que são consumistas?

- Será que os “bituqueiros” não vão aprender?...

Farias, Juarez Machado de. "Os 'bituqueiros'". Maio, 2012. http://livredialogo.blogspot.com/ 
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